Heráldica da Bandeira e Armas do Município

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Bandeira - esquartelada de branco e de púrpura. Cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança douradas.

Armas - de negro com um anel de ouro acantonado por quatro romãs de prata abertas de púrpura e folhadas de verde. Coroa mural de quatro torres, de prata. Listel branco com os dizeres "VILA DE ANSIÃO"

[Diário do Governo, n.º 187, I Série, de 14.8.1935]

 

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Ansião foi feita vila para ser dada a D. Luís de Menezes, 3.º Conde da Ericeira, como prémio do valor na batalha do Ameixial (1663).

A bandeira é esquartelada de branco e púrpura, cordões e borlas de prata e púrpura. Dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Vila de Ansião". Esta peça de heráldica aparece também nas armas dos Menezes. Com estas armas fica simbolizada a fertilidade local e as qualidades dos seus naturais.

 

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Bibliografia
- DIAS, Manuel Augusto, Ansião e o Estado Novo, Edição da Câmara Municipal de Ansião, 2000

 

Apontamento Histórico
 
 
Ansião é um concelho rural, mas com grande tradição histórica. As mais remotas formas de vida nesta região respeitam aos tempos zoológicos. Há 190 milhões de anos todas estas terras estavam submersas.

Na Pré-história a região foi sempre habitada, havendo inúmeros vestígios da presença humana (foram encontrados, na área do concelho, vários exemplares de machados de pedra polida e outros materiais do Neolítico).

Desde então, por aqui passaram todos os povos que ocuparam a faixa ocidental da Península Ibérica. O domínio e a ocupação romana no concelho são bem visíveis também nos elucidativos achados arqueológicos ultimamente descobertos: moedas, mosaicos, mós, calçada romana e, sobretudo, a villa romana de Santiago da Guarda, que já consta do roteiro do "romano" em Portugal e que integra o Complexo Monumental de Santiago da Guarda.

Depois do breve domínio dos povos germânicos, foi a influência muçulmana que muito contribuiu, também, para a definição da nossa maneira de ser e de estar. Nos pesos e medidas, ficou, por exemplo, o uso da balança e do alqueire; nas técnicas de irrigação, aprendeu a utilizar-se a nora; no domínio agrícola, passaram a cultivar-se novas plantas e árvores; no que respeita à língua, passaram a utilizar-se novas palavras, designadamente as iniciadas por "al", como nos topónimos Aljazede, Alcalamouque, Albarrol, Alqueidão e Alvorge, entre outras.

Seguiu-se o secular período da Reconquista Cristã. Para criar condições de repovoamento destas terras e garantir, de modo mais eficaz, a defesa de Coimbra, D. Afonso Henriques fundou o concelho de Germanelo, com uma fortificação no alto do monte, em meados do século XII, com benefícios judiciais e fiscais para os novos moradores, que tinham a difícil incumbência de repelir os ataques muçulmanos.

Ainda no primeiro reinado, já depois das conquistas de Leiria, Santarém e Lisboa, o monarca português terá passado documentos de privilégios aos primeiros povoadores cristãos desta região.

É nestes documentos com a chancela real, ainda no decurso do século XII, que terá sido escrito pela primeira vez o termo "Ansiom", para designar Ansião.

Carta de Foral de Ansião, dada em Lisboa, aos 4 de Julho de 1514