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CulturaData da notícia: 13 Agosto 2023
Cortejo Alegórico do Povo Ansião 2023
O Cortejo Alegórico do Povo, por todo o envolvimento associativo e autárquico que implica, pelo voluntarismo, a criatividade e interajuda que promove, é o momento maior das Festas do Concelho. Não acontece todos os anos, por isso, pela beleza e autenticidade que o caracterizaram, vai fica para a história do concelho.
Este momento de grande relevância cultural pôde, na tarde de ontem, ser partilhado por todos quantos ali testemunharam e aplaudiram o desfile de afetos e memórias, tradições, histórias, enfim, aquilo que representa a nossa essência.
Enquanto o Cortejo iniciava no Ribeiro da Vide, na Praça ouviu-se o Hino de Ansião pela voz de Cristiana Carvalho.
A Fanfarra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ansião abriu o desfile, apresentando também viaturas ao serviço do corpo de bombeiros e da comunidade.
Logo de seguida, foi a vez da Banda da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília, que alegrou e animou musicalmente toda a praça.
A dar continuidade ao desfile, a Inquietaresta- Associação e o Grupo De Teatro O Mellinho, da EB 2 e 3, do Agrupamento de Escolas Dr. Pascoal de Melo, trouxeram à praça o tema ‘A Rainha e o Ancião’. Numa representação do momento em que a Rainha Santa Isabel, passando por estas terras, se refrescou nas águas do rio Nabão, ali encontrando um ancião, agraciado com a sua misericórdia.
O desfile continuou com a Associação Cultural e Recreativa Margaridas da Serra do Mouro, lembrando a importância, em tempos idos, do Moinho e do Forno para o sustento de muitos. Este carro trouxe à praça uma réplica do moinho de vento, típico do concelho e um forno de cozer a broa e o pão.
O Rancho Infantil das Serras de Ansião trouxe um grande Sarilho. Este carro apresentou-nos um engenho manual, feito de madeira e troncos, que antigamente se usava para abrir os poços. Esta labuta começava por se descobrir os melhores sítios onde pudesse haver água, e, a partir daí, abrir, desterrar, limpar e vedar os poços que iriam guardar a água. Para tal, eram necessárias força, destreza e sabedoria dos homens que operavam este árduo trabalho.
A Junta de Freguesia de Pousaflores apresentou-nos A Nossa Serra. A Serra que criou a figura do moleiro, a mulher do moleiro que trazia a merenda e também o pastor. Pudemos, assim, lembrar ou aprender como era árduo o ofício que permitia que o pão chegasse à mesa.
A Associação de Moradores e Amigos do Lugar dos Netos aproveitou este momento para uma justa Homenagem à Confraria de Nossa Senhora da Paz, da Constantina, no ano em que se comemoram os 400 anos da Confraria.
Este carro apresentou uma réplica da Capela N.ª S.ª da Paz, reforçando a importância da Confraria e das feiras francas. A par do quadro com múltiplas alusões à história da Constantina, à escola primária, pudemos reavivar a memória das lutas contra os invasores franceses.
A Junta de Freguesia de Avelar deu-nos a conhecer a história do Hospital da Fundação N.ª Sr.ª da Guia. No ano em que se comemoram os 129 anos da inauguração do Hospital, a Junta fez representar neste cortejo, uma réplica do Hospital na sua arquitetura original. Neste quadro, foi possível conhecer melhor o médico, percursor desta obra, Dr. Costa Simões, que falou da importância do hospital e da sua localização, um equipamento fundamental para a época e que se estende até aos dias de hoje.
A Associação Social e Cultural da Lagarteira Os amigos e o Rancho Folclórico Danças e Cantares de S. Domingos trouxeram um tema que muito diz a esta região, A Pedra e a Calçada. A Lagarteira é o local do concelho onde mais pessoas se dedicavam a extrair grandes quantidade da pedra de calçada, onde se arrancavam, partiam e aparelhavam em cubos, que iriam embelezar tantos locais, pelo país fora.
No carro, conhecemos o calceteiro, que explicou o ciclo da pedra e que fez um magnífico painel em calçada, representando o vetusto freixo da Lagarteira.
O Centro Social, Cultural e Recreativo de Alvorge trouxe até nós A Casa e a Pedra. O carro fez a alegoria da Casa Alpendrada de Alvorge e recriou o ambiente de uma Oficina de Cantaria.
Foi, ainda, momento para lembrar a necessidade de cuidar das pedras que contam uma história, como a da Ladeia, lugar de referência para as gentes de Alvorge e de todo o concelho.
O Centro de Amizade e Animação Social de Santiago da Guarda recriou O Baile à Moda Antiga.
Este carro convidou os presentes para um baile de antigamente, com alguns episódios caricatos que usavam acontecer. Num ambiente de festa e sempre com o olhar atento da moral e bons costumes, estes bailes acabavam, geralmente, com a intervenção dos agentes da autoridade, que admoestavam, prendiam, mas o baile, esse, prosseguia.
A Associação Cultural e Recreativa de Torre de Vale de Todos trouxe à Praça O Meu Quintal.
Este elemento alegórico viu, neste cortejo, uma oportunidade para nos mostrar como, nos tempos atuais, com pandemia ou sem ela, podemos tirar o melhor da terra. Ali podemos encontrar um pouco de tudo, desde os mais variados legumes, às árvores de fruto, e os animais domésticos. Este foi o momento, ainda, para deixar uma mensagem de consciencialização do melhor aproveitamento da água, um recurso cada vez mais escasso.
A finalizar, novamente um gratificante momento musical, com a Banda da Sociedade Filarmónica Avelarense.
Durante o Cortejo, contámos ainda com uma inesperada visita de personagem de tempos mais remotos. Um romano ali esteve, a lembrar da importância deste povo na região e a convidar para o próximo evento: o Forum Romano, em Santiago da Guarda, no fim de semana de 9 e 10 de setembro.
O encontro fica marcado!
Este foi o resultado de um intenso trabalho e dedicação das juntas envolvidas e das coletividades que nos presentearam com a criação dos carros alegóricos, carros esses que poderão ser vistos ainda durante o dia de hoje, em frente à Escola Dr. Pascoal José de Mello.