Concelho - Dados Estatísticos

O concelho de Ansião, com 11.865 residentes, concentra 4,0% da população da Região de Leiria e assistiu a um decréscimo populacional contínuo em grande parte da última década, registando taxas de crescimento efetivo negativas até 2019 e nos anos de 2021 e 2022. Segundo as estimativas da população residente, entre 2011 e 2023, Ansião perdeu 9,6% de residentes, ao contrário da tendência de ligeiro aumento verificada na Região de Leiria (0,7%) e em Portugal (0,8%).

A decomposição do crescimento efetivo permite concluir que a quebra populacional verificada em Ansião resulta, sobretudo, da taxa de crescimento natural, que regista valores negativos desde 2011. Até 2018, o crescimento migratório também contribuiu para o decréscimo populacional (taxas negativas). Posteriormente, o crescimento migratório foi positivo, permitindo compensar parte do efeito persistentementenegativo do crescimento natural, nomeadamente em 2023, onde a taxa de crescimento efetivo registou o maior aumento passando para um valor positivo (2,1%).

Para além das quebras populacionais, o envelhecimento é um fenómeno em agravamento no território de Ansião, à semelhança do que se passa no resto do país e que ameaça a sustentabilidade demográfica do concelho. Esta faixa etária mais sénior representa 33% da população ansianense, enquanto os jovens até aos 25 anos representam cerca de 20% da população.

 

A análise dos índices de envelhecimento em 2011 e 2023 permite verificar que esta problemática assume maior relevância em Ansião, onde o rácio de idosos (com 65 ou mais anos) por cada 100 jovens (até aos 14 anos) é de 336, valor superior à Região de Leiria, à Região Centro, e à média nacional (respetivamente de 208, 233 e 188 idosos por cada 100 jovens).

Entre os principais desafios em termos de atratividade, está a capacidade de promover o regresso dos jovens que se deslocam para as cidades médias ou áreas metropolitanas para estudar. A reduzida oferta de emprego qualificado e com salários pouco competitivos e a escassez de oferta de habitação a preços acessíveis, são alguns dos motivos apontados como justificativos do
não-regresso dos jovens ansianenses.

Iniciativas como a Assembleia Municipal Jovem e o Orçamento participativo Jovem revelam o reconhecimento por parte do Município do papel central dos jovens no desenvolvimento de Ansião.

Contudo, é referenciada e reconhecida a necessidade de encetar esforços complementares para a construção de uma estratégia e ação concertada para a criação de condições de fixação e qualidade de vida para este segmento.

Por outro lado, Ansião revela-se um concelho atrativo à fixação de população estrangeira (3,8% da população residente em 2022). Este segmento tem vindo a ganhar expressão nos últimos anos, tendência que aponta para a importância das comunidades estrangeiras no processo de mitigação das quebras populacionais e algumas das suas consequências. Em 2022, as nacionalidades predominantes eram a britânica (44%), a brasileira (13%) e a ucraniana (4%).

Ao nível das habilitações, a população empregada de Ansião apresenta um baixo nível de qualificações, apesar de ténues melhorias do desempenho dos indicadores nos últimos anos. De acordo com dados de 2021, 11,9% da população empregada por conta de outrem possuía ensino superior e 11,9% possuía o 1.º ciclo do ensino básico. Este é um panorama ainda distante da média regional (19,1% e 7,4%, respetivamente). Sobre a população residente, segundo os dados dos censos 2021, 14,6% dos ansianenses não possuía qualquer nível de escolaridade, 18,2% possuía o
ensino secundário completo (13,8% e 20,4% para a região de Leiria, respetivamente) e 10,9% possuía ensino superior (14,8% para a região).

Em 2023, Ansião registou uma média mensal de 249 desempregados inscritos nos centros de emprego, revelando uma trajetória favorável face a 2013 (687 desempregados), essa variação (-5,4 p.p.) é notável face a outros concelhos da Região de Leiria e à média da Região Centro (-2,8 p.p.). À semelhança da maioria dos concelhos da região, Ansião regista taxas de desemprego inferiores à média continental.