História Resumida do Concelho de Ansião
Embora as primeiras referências a Ansião datem de 1175, só em 1514 D. Manuel a eleva a vila e lhe outorga foral. O pelourinho, já do século XVII, testemunha na sua inscrição latina a doação da vila a D. Luiz de Menezes, Conde da Ericeira, como prova de agradecimento régio pela sua valorosa participação na Batalha do Ameixial. A Ponte da Cal de seiscentos, a Igreja Matriz de construção austera do século XVII e a Capela da Misericórdia não poderão ser esquecidas nesta viagem pela História.
Uma viagem que pode começar milénios antes ali bem perto: a existência de uma Anta na Atalaia, outra em Alto do Pisca e a localização de um castro da Idade do Ferro no Escampado de S. Miguel são disso testemunho. Um tesouro de denários encontrado junto do castro de Trás de Figueiró, e a possibilidade de a Via Romana que de Sellium se dirigia a Conímbriga atravessar estas terras, parece ficar provada em Santiago da Guarda.
A Residência Senhorial dos Condes de Castelo Melhor com a sua torre quatrocentista conta muito da história destes lugares. As pedras desta construção integram diversos materiais do tempo da dominação Romana, nomeadamente uma inscrição que indica a existência de uma aldeia que, ao tempo, deveria pagar os seus impostos ao município vizinho.
Esta viagem deve continuar por Alvorge e Torre de Vale de Todos e Lagarteira, povoações que se situariam na área da Ladeia, linha de fronteira entre cristãos e mouros nos séculos XII e XIII. Também medieval é o Forno do Avelar. Forno que, pela Senhora da Guia em setembro, cozia o "Bolo" que era distribuído ao povo. Muitos séculos depois, em 1933, José Malhoa pintava um belíssimo retábulo dedicado a Nossa Senhora da Consolação, que está no altar-mor da Igreja Matriz de Chão de Couce.